Dez 2024 - Mar 2026
Este projeto visa criar uma extensão de padrão de dados para organizar dados de sociobiodiversidade, abrangendo nomes científicos e vernáculos de espécies, juntamente com seus usos. A iniciativa inclui o desenvolvimento de um dicionário abrangente de usos e vocabulários controlados, que passará por validação por meio de três estudos de caso específicos.
Os resultados esperados da pesquisa incluem uma proposta bem documentada para um conjunto padrão de termos e vocabulários associados para facilitar a compreensão e o compartilhamento de dados de sociobiodiversidade. Esses termos serão avaliados e testados em 3 estudos de caso, exemplos realistas e aplicáveis onde tais informações são encontradas:
- coleta de informações sobre o uso de referências históricas;
- um estudo prático sobre o conhecimento tradicional por comunidades pesqueiras;
- sistematização de dados de bancos de dados contendo informações sobre o uso de espécies.
Esses estudos de caso validarão a proposta inicial de termos e vocabulários associados e controlados. Esses dados fornecem uma base sólida para o desenvolvimento de políticas públicas focadas na conservação da biodiversidade e no manejo sustentável dos recursos naturais. Esse reconhecimento é um primeiro passo para garantir a soberania, o uso informado de dados e informações relacionadas ao conhecimento tradicional e o fortalecimento da visão das comunidades locais.
Dados e informações relacionadas ao conhecimento tradicional associado a recursos genéticos são frequentemente publicados e disseminados sem a adesão adequada aos padrões, levando a várias questões éticas e legais. Os anos de 2024 e 2025 são cruciais para a adoção de melhores práticas na geração, estruturação, publicação e utilização de dados, particularmente no que diz respeito ao conhecimento tradicional. No Brasil, assim como em outros países como Colômbia e Argentina, há um reconhecimento crescente da importância de lidar com esses dados com o máximo cuidado para respeitar e proteger os direitos das comunidades que preservam esse conhecimento. Os Princípios CARE são essenciais nesse sentido. Espera-se que a padronização de dados de sociobiodiversidade possa contribuir para a interoperabilidade de diversos bancos de dados, permitindo a identificação de informações sobre a existência de certos conhecimentos tradicionais, incluindo sua origem, apoiando assim políticas de repartição de benefícios ou mesmo prevenindo o uso indevido de conhecimentos tradicionais associados a recursos genéticos. O estabelecimento de bancos de dados interoperáveis é crucial para os países da América do Sul, que abrigam algumas das mais ricas diversidades biológicas do mundo. A interoperabilidade garantirá que as origens do conhecimento tradicional vinculado a espécies/recursos genéticos específicos sejam documentadas com precisão. Essa abordagem garante que os usuários finais desses bancos de dados reconheçam a existência e as origens do conhecimento tradicional associado. Colaborar com países regionais e outras partes interessadas para propor formatos de bancos de dados interoperáveis é altamente significativo. Essas iniciativas facilitarão o reconhecimento de povos e comunidades tradicionais como guardiões desse conhecimento inestimável. O projeto envolve um workshop e três estudos de caso para testar e validar rigorosamente as decisões, garantindo um processo robusto. Para concluir, o projeto terá um grande impacto na comunidade GBIF quando se trata de disseminar dados de sociobiodiversidade.